Como já referido neste blog, o projeto Envolv’artes foi financiado pelo Programa
Juventude em Ação e promovido pelo Ecomuseu de Barroso e pela ANIMAR, e
integrou jovens representantes de diferentes associações de Portugal e Itália.
O projeto visou sensibilizar a
juventude para a importância da sua participação no desenvolvimento dos seus
territórios e para a importância da criatividade e empreendedorismo, impulsionando
a conceção de projetos e processos de criação de emprego.
Este projeto, que terminou com um
encontro de jovens na Sardenha, para além das sessões de trabalho, permitiu a
cada participante desenvolver no seu território uma ação local de forma a
debater as potencialidades presentes nas suas localidades.
Assim sendo, a FAJDVC e a AJD realizaram,
no dia 8 de março, a atividade intitulada “Desenvolvendo freguesias rurais do
concelho de Viana do Castelo: um projeto em construção”, cujo principal
objetivo foi debater as potencialidades do nosso território para construção de
um projeto que valorize todos os recursos, desde o património material ao
imaterial.
Durante a estadia na Sardenha, entre
16 e 23 de abril, representantes da AJD e da FAJDVC, e demais jovens de outras
associações portuguesas, tiveram a oportunidade de partilhar as suas
experiências com o grupo de jovens italianos/as e conhecer a cultura e a língua
sarda. Para além disso, tendo este projeto como propósito a valorização da
cultura, um dos momentos mais marcantes deste encontro foi o contacto com a
vila museu, que dispõe de 400 murais e outras instalações artísticas, no
encontro com alguns artistas da ilha do Mediterrâneo que trabalham na
valorização da cultura pela arte - escultura e pintura.
Estas atividades permitiram
aprofundar o conhecimento sobre o território de San Sperate e demonstraram a
importância da existência de líderes e mediadores/as comunitários/as, isto é,
pessoas que a partir das suas competências, procurem desenvolver iniciativas ou
processos que contribuam para o desenvolvimento local. A título de exemplo,
destacamos o testemunho de Pinuccio que, após o seu regresso a San Sperate nos
anos 70, procurou fazer algo que contribuísse para o reconhecimento de San
Sperate e que contribuísse para o desenvolvimento do território. Para tal, o
maestro, escultor e pintor, desafiou todas as pessoas a pintar os muros de
branco e a recriar nas suas paredes o seu quotidiano, e acreditou neste
projeto, que passados 20 anos caracteriza a aldeia de San Sperate como um
"museu vivo".
Com a participação neste projeto, nomeadamente com a ação
local realizada em Viana do Castelo e com o intercâmbio na Sardenha,
considerou-se que, com o envolvimento de diferentes agentes de desenvolvimento
local do nosso território, é possível criar sinergias para implementar as
ideias provocadas na ação local. Neste sentido, encontramo-nos numa fase de
auscultação e definição de objetivos e caminhos.
Sara Freire